18/09/24

O X/Twitter está de volta? Como o site voltou a funcionar no Brasil?

Olá, Kangaroozinho! Como vai? Na manhã de hoje, dia 18 de setembro, milhares de usuários estranharam o retorno do acesso ao site e aplicativos do X (antigo Twitter) que, mesmo após a determinação de bloqueio judicial por parte do Supremo Tribunal Federal, voltou a poder ser acessado.

Então, vamos explicar o motivo de o site ter retornado o acesso e de que forma ele pode se tornar indisponível novamente em breve, além de como o CloudFlare está relacionado a esse retorno. Acompanhe até o final para conferir todos esses detalhes e nossas análises sobre o caso.

Sumário

  1. O bloqueio
  2. É mesmo um retorno?
  3. O CloudFlare
  4. E o que acontece agora?

O bloqueio do X/Twitter

No dia 30 de agosto, foi determinado pelo STF que todos os provedores de internet do país impedissem as conexões de seus clientes com os sites do X, fazendo com que o site não pudesse ser acessado por qualquer pessoa/empresa em território brasileiro, sob o risco de multa diária em caso de descumprimento.

O bloqueio, claro, gerou uma enorme comoção entre os usuários e uma repercussão ainda maior na mídia sobre a decisão do Ministro acerca da restrição, que foi solicitada com a justificativa da ausência de indicação de um representante Legal da rede social para atuação no Brasil.

Voltou mesmo?

Em termos práticos, a resposta é que sim, e muitos usuários já conseguem acesso novamente à rede social mesmo sem nenhum tipo de ação ou ferramenta com intuito de burlar o bloqueio, sendo a rede acessível normalmente sem nenhum tipo de problema.

Porém, não houve nenhum tipo de determinação de desbloqueio da rede social para os provedores de internet (ISP), e também não existem notícias de que o X possa ter indicado um representante legal. Então, como o site está de volta? Bom, nós achamos essa resposta.

Analisando os registros DNS do domínio x.com (domínio principal da rede social), pudemos observar que o Brasil tem uma configuração de apontamento um tanto diferente, e que parece ser a grande responsável pelo retorno da plataforma.

Ao consultar a ferramenta DNSChecker, podemos ver que os IPs para os quais o domínio responde no Brasil é bem diferente do que vemos nos resultados de outros países. Uns possuem mais IPs, outros menos, porém seguindo um padrão e até reutilizando o mesmo IP em diferentes países.

IP DNS ping twitter x cloudflare brasil
Consulta de DNS realizada em https://dnschecker.org/#A/x.com

No entanto, os IPs utilizados no Brasil são únicos, e essa é a grande chave do funcionamento da rede social em solo nacional, já que essa modificação indica ter sido suficiente para que os bloqueios dos provedores de internet não fosse mais completamente efetivos.

Como o CloudFlare está relacionado?

Com os IPs em mãos, podemos realizar consultas para verificar quem é o responsável por aquele IP, sendo essa uma informação pública que pode ser consultada a partir de qualquer endereço IP, já que todos eles necessariamente precisam ser gerenciados por uma entidade, que chamamos de ASN.

Então, assim podemos entender para onde um domínio responde e qual é a entidade por traz desse IP, assim é possível identificar por exemplo o Data Center de um domínio então o seu Proxy, caso seja utilizado.

Assim, pudemos ver que o retorno da rede social em solo brasileiro está diretamente ligado ao uso de um proxy, nesse caso o CloudFlare, sendo dele o ASN de ambos os IPs em que o domínio responde no Brasil.

ASN IP x twitter dns1 CloudFlare
Consulta realizada em https://asnlookup.com/ipv4/162.159.140.229
ASN IP x twitter dns2 CloudFlare
Consulta realizada em https://asnlookup.com/ipv4/172.66.0.227

Essas informações mostram que, especificamente no Brasil, está sendo utilizado o serviço de Proxy para o acesso à rede social, o que ao que tudo indica é a modificação responsável pela plataforma estar acessível.

Isso é possível porque, ao utilizar esse método, os acessos dos usuários não são direcionados de forma direta aos servidores da rede social, mas sim ao proxy, e este sim acessa os servidores da rede social e distribui seu conteúdo, possibilitando passar direto pelos bloqueios determinados.

O que acontece agora?

Como ao que tudo indica o bloqueio à rede social deveria continuar, é esperado que novas medidas sejam tomadas pelo STF (que, até o momento em que esse artigo é redigido, não se manifestou publicamente sobre o caso) para impedir novamente o acesso à plataforma, mas ainda não se sabe como e quando isso seria feito, e nem se realmente ocorreria, já que não há informações concretas sobre o assunto.

Uma outra hipótese, que pode ser considerada um tanto radical, é de que o STF poderia solicitar também o bloqueio de toda a rede do CloudFlare em território nacional, o que afetaria diretamente milhões de sites que ficariam indisponíveis, possivelmente incluindo sites baseados fora do país se isso realmente fosse posto em prática.

Se isso ocorresse, todos os sites que utilizam a plataforma como CDN para seus domínios estariam sujeitos a essa indisponibilidade de acesso para todos os visitantes que utilizem redes de internet homologadas no Brasil.

Essa hipótese não somente tiraria milhões de sites do ar, como também geraria um enorme prejuízo a empresas e sites de todos os tamanhos, por isso é esperado que isso não aconteça.

Como alternativa mais possível e razoável, internautas relatam acreditar que a plataforma usada como Proxy será intimada individualmente, e apenas ela fará o bloqueio dos acessos à rede social, sendo uma opção muito mais moderada e com impacto direto apenas na rede social.

Chat
24/7 11 95052-7555 0800 481 7000 chat
cookie